Empório Santa Maria

Comer sushi em São Paulo é mais fácil do que em qualquer outro lugar do mundo devido a infinidade de restaurantes japoneses abertos nos últimos anos. Infelizmente não podemos dizer que a qualidade acompanhou este crescimento na mesma medida.

Existem restaurantes para todos os gostos e bolsos. Apesar que alguns chegam a deturpar a culinária japonesa colocando no cardápio "sushi" de rúcula com tomate seco e "romeu e julieta". Mas gosto é gosto, e deve ser respeitado. Nós gostamos dos tradicionais e dos modernos. Mas não daqueles que fazem aberrações...

É o primeiro post sobre sushi do blog, e em grande estilo. Não é um lugar barato, que dá para ir toda semana. Mas vale cada centavo.

O Empório Santa Maria existe há 15 anos e é uma espécie de Casa Santa Luzia, mas em uma dimensão menor. O espaço abriga no térreo o supermercado, um café, e uma adega climatizada. No mezanino estão o restaurante, a Enomatic (uma máquina que permite degustar mais de 48 rótulos de vinhos em doses individuais) e o sushi bar.

No sushi bar todos são competentes e muito experientes mas sempre comemos com o Hermes pois é um amigo de longa data e já sabe do que gostamos. Ele é muito hábil e prepara os sushis com muito capricho. É daqueles que explicam como o prato foi preparado. Só não faça perguntas tolas senão ele ficará sério. A qualidade dos peixes e dos ingredientes utilizados é o ponto alto, mantendo uma ótima regularidade. O arroz é importado e sempre está no ponto. Apenas uma ressalva, nos finais de semana costuma ficar bem cheio.

Começamos com o carpaccio de salmão, onde as finas fatias recebem azeite, limão siciliano e flor de sal. E uma pontinha de molho de pimenta.

A seguir recebemos um temaki de vieira com camarão, temperados com azeite, flor de sal e pimenta branca. É o melhor temaki que já comemos até hoje. A alga é super crocante e a proporção entre arroz e recheio é perfeita. Continua insuperável.
 

Logo após chegou o sashimi de atum maçaricado com uma lâmina de alho torrado sobre as fatias. O alho torrado neste caso não se sobrepõe ao gosto do peixe mas complementa-o.

Um enroladinho de atum envolvendo barbatana de tubarão (fukahire) com ovas de massagô sobre ele terminou as entradas. Além de ser muito bonito é muito gostoso também.

Começou então a sequência de sushis. Primeiro o de barriga de salmão, maçaricado, com raspas de limão siciliano e flor de sal sobre ele. O sushi de torô apenas com wasabi, do jeito que deve ser, também estava ótimo. Ambos estavam bem gordos e derretendo na boca.

Um de nossos preferidos, o sushi de vieira leva azeite, limão siciliano, pimenta branca moída na hora e flor de sal sobre ele. É uma explosão de sabores. O de lula com manteiga trufada tem um sabor mais marcante, mas é muito saboroso.

Logo após vieram gunkas de barbatana de tubarão (fukahire) que estavam bem gostosos e o de água viva (kurague) com um sabor de umê ao fundo.

O de arenque com ovas (kazunoko) estava muito bom onde a combinação de texturas prevalesceu. As ovas são levemente crocantes, bem mais delicadas que a de tobikô e massagô. Como curiosidade, o kazunoko é muito consumido pelos japoneses no Ano Novo como forma de trazer prosperidade na forma de "numerosas" crianças. Pensando bem, acho que da próxima vez não vou comer pois ainda não está na hora de ter crianças...rs. Já a parte do arenque é macia e o sabor lembra um pouco o da cavalinha (sabá).

O uni estava primoroso, o aspecto pode não agradar algumas pessoas logo de início mas o sabor é único e se espalha pela boca perfeitamente. O Hermes costuma colocar um pouco de flor de sal sobre ele que ajuda ainda mais a acentuar o sabor.

O de cavalinha (sabá) estava muito bom com a acidez na medida e super macio.

O de olhete (hamachi) combinado com uma tira de shissô estava fantástico. Simples mas perfeito, assim como o de pargo (tai). O de linguado (hirame) com raspas de limão siciliano combinou muito bem assim como o sushi preparado com a barbatana do linguado. O de barbatana é mais saboroso pois é levemente maçaricado.

Para finalizar, recebemos o de unagui, que levemente aquecido o deixou ainda mais macio e perfeito. O tarê é doce no ponto certo.

Depois dessas delícias, hesitamos em pedir a sobremesa. Mas logo veio a lembrança da última vez onde a mesma estava perfeita e resolvemos pedir. A sobremesa é o tradicional "Romeu e Julieta" em uma versão atualizada. Ela vem na forma de suflê de goiaba com calda de catupiry. O suflê é leve e perfumado e a calda dá o contraste sem ser enjoativa. Apesar de levar catupiry, ela é bem suave e em nada lembra o sabor forte do queijo em questão.

Concluímos mais uma vez que é um lugar perfeito para degustar com os olhos e com a alma. É slow food, para ser degustada sem pressa. É uma sensação única onde os sabores perduram por muito tempo em nossa memória...

Preços

Carpaccio de salmão: R$ 23,00

Atum selado: R$ 26,00

Enroladinho de barbatana: R$ 36,00

Degustação: Variável (para 23 unidades de sushi saiu R$ 200,00 por pessoa)

Suflê de goiaba: R$ 15,00

Banchá: cortesia

Endereço

Av. Cidade Jardim, 790 - Jardim Paulistano

11 3706-5211

Site

http://www.emporiosantamaria.com.br

Almanara

Quando pensamos em pratos árabes, sem dúvida vem o Almanara na cabeça. Impossível resistir aos pratos, que chegam sempre rápidos e perfeitos. Todas as vezes que visitamos, seja em qualquer endereço, o atendimento e os pratos permanecem intocáveis e não é a tôa que a casa está cada vez mais conquistando seus fiéis clientes desde 1950.

Desta vez escolhemos a filial do Morumbi Shopping para degustarmos novos pratos e as nossas esfihas preferidas. Tivemos logo de cara a sorte de sermos atendidos por um garçom muito gentil, que nos explicou os pratos.

Rapidamente após o pedido fomos agraciados com as nossas esfihas fechadas de carne, sempre quentinhas e com um sabor único. Melhor ainda se for seguida pelo "ritual" que aprendemos graças ao nosso amigo Hermes, que nos fez apaixonar perdidamente pelas esfihas. O segredo é o seguinte: coloca-se no prato um pouco de azeite, uma pitada de sal, gotas de limão e é só passar as esfihas nesse molhinho... impossível comer uma só!

Logo depois chegou o Sesame Chicken, fumegante, à mesa. De cara o arroz não nos chamou tanta atenção, pois a princípio achamos que o frango se destacaria mais. Puro engano. O arroz é que roubou a cena, úmido, macio e irresistível com os cabelinhos de anjo. O frango estava macio, suave mas o sabor não é tão impactante, só o molho do frango que sobressaiu pois combinou com o arroz.

Mesmo satisfeitos não poderíamos deixar de lado as sobremesas da casa, que são imperdíveis. O Carlos pediu a coalhada e eu pedi um Malabie com calda de ameixa. A coalhada é simples, suave na medida certa. Nunca comemos uma coalhada tão leve. O mel que acompanha é bem líquido e não é tão doce, casando muito bem, formando uma combinação perfeita.

O malabie pra quem não sabe é o tradicional manjar, só que do Almanara vem mais sofisticado. A apresentação é bonita onde o branco do manjar contrasta com o caramelo da calda. Além da calda sobre o manjar, aparecem também castanhas de caju picadas. O sabor do manjar é neutro porém perfumado pelo miski. A combinação de texturas e sabores tornam a sobremesa muito gostosa.

Saímos sempre de lá com um gostinho de quero mais.

Preços

Esfiha fechada: R$ 3,35

Sesame chicken: R$ 28,95

Coalhada fresca: R$ 8,50

Malabie ameixa: R$ 8,50

Ice tea: R$ 3,85

Água mineral: R$ 3,30

Endereço

Morumbi Shopping

Av. Roque Petroni Jr, 1.089

11 5181-7770

Site

http://www.almanara.com.br/

Adi Shoshi Delishop

Aproveitando que estávamos no Bom Retiro resolvemos conhecer o restaurante dos mesmos proprietários da Casa Búlgara. Quem comanda a casa é o casal Shoshana e Adi Baruch com o filho Nir Baruch.

A casa fica localizada próxima à caótica R. José Paulino onde milhares de mulheres se acotovelam em busca de roupas baratas, que por sinal ganharam muita qualidade com a chegada dos coreanos.

O restaurante é tão tranquilo e familiar que nem parece que fica próximo àquele alvoroço. O ambiente é simples porém acolhedor. O restaurante oferece a cozinha judaica ashkenazi, dos judeus do leste europeu, que tem como principais ingredientes batata e peixe. O restaurante não é kasher mas não servem carne suína e peixes só entram se tiverem escamas.

O atendimento é ótimo, todos são simpáticos e explicam como os pratos são feitos.

Já havíamos ouvido falar no tal do guefilte fish mas não sabíamos o que era exatamente e aproveitamos para experimentar. Ele é um bolinho feito com carne moída de peixe, neste caso de carpa, cozido em um caldo de peixe. Este caldo fica bem gelatinoso no final. O bolinho é servido gelado e vem acompanhado de um molho chamado Hrein, à base de beterraba ralada com raiz forte.

O sabor é suave, lembra um pouco o kamaboko (pasta de peixe japonesa), mas a consistência é bem mais macia. Como não estávamos habituado, acabamos achando um pouco estranho a consistência e o fato dele estar gelado. O que mais chamou a atenção foi o molho de beterraba com raiz forte pois ele tem o sabor característico do wasabi mas não é tão ardido. O sabor dele com o do guefilte fish fica bom, mas não é um prato que vamos ter vontade de comer novamente. Não que seja ruim, mas a consistência não nos agradou muito.

Depois da entrada passamos para o prato principal e pedimos um moussaká e meia porção de vareniks. A moussaká é uma espécie de torta feita com carne moída, berinjela, batata, creme bechamel coberta com queijo gratinado. É uma combinação gostosa.
 

Já os vareniks parecem raviólis recheados de batata e cebola. O recheio estava muito bom, suave e um pouco adocicado. Apenas a massa deixou um pouco a desejar pois parecia que havia sido cozida em demasia.

Já estávamos satisfeitos porém não pudemos deixar de experimentar o famoso pudim de caramelo pois ouvimos falar que era muito bom. E realmente é. Doce na medida certa e tão cremoso que derrete na boca, fazia tempo que não comíamos um pudim tão bom.

É um lugar que vale a pena conhecer.

Preços

Guefilte fish: R$ 9,00

Moussaká: R$ 18,00

Vareniks (1/2 porção): R$ 9,00

Pudim de caramelo: R$ 5,00

Refrigerante: R$ 2,50

Endereço

Rua Corrêa de Melo, 206 - Bom Retiro

(11) 3228-4774

Site

Não tem

Casa Búlgara

Aproveitando que estávamos no Bom Retiro, bairro inicialmente ocupado por imigrantes da comunidade judaica e que agora foi tomado pelos coreanos, fomos tomar café da manhã na Casa Búlgara. Esta casa foi fundada pela Sra. Lona Levi no início da década de 70 e sempre que vamos lá, ela está no caixa pronta para fechar a conta. A filha dela, Shoshana, também ajuda na casa e é proprietária de outro restaurante (o Adi Shoshi Delishop), tema do próximo post. O ambiente é bem simples, com poucos lugares, e pode passar despercebido por muitas pessoas que passam por ali. Nós mesmos descobrimos por acaso a alguns anos atrás, quando estávamos procurando um lugar para beliscar e resolvemos parar para comer um simples salgado, que na verdade não era tão simples. Depois disso viramos clientes fiéis. O atendimento é excelente também.

A especialidade é a bureka, uma rosquinha de massa folhada coberta com gergelim que pode trazer recheios como batata, espinafre com queijo, frango, queijo búlgaro e carne com berinjela. Além destas temos as opções doces, chamadas de strudel, recheadas com maçã, uva ou chocolate. Existe ainda um salgado em formato triangular feito com a mesma massa chamado de kizada.

As burekas são ótimas e é impossível comer apenas uma. Nossas preferidas são as de carne com berinjela e a de queijo búlgaro. Mas todas são ótimas. A massa folhada está sempre crocante.

A kizada de berinjela com queijo também é boa, o sabor do recheio lembra um babaganuche. Mas não supera a tradicional bureka.

De sobremesa eu gosto do strudel de maçã e a Denise gosta com recheio de uva. O único porém do recheio de uva é que ele vem acompanhado das sementes...mas vale a pena experimentar.

Existem duas filiais, uma em Higienópolis e outra no Extra Morumbi (antigo Paes Mendonça). Mas não sei se é tão bom quanto à matriz. Eu recomendo a loja do Bom Retiro pois o controle de qualidade é feito de perto pelos proprietários.

Preços

Bureka: R$ 3,70 (R$ 4,10 - Editado em 20/Ago/11 - R$ 4,90 em 10/Nov/12)

Kizada: R$ 3,30

Strudel de uva: R$ 4,50

Suco de caju: R$ 2,50

Endereço

R. Silva Pinto, 356 - Bom Retiro

11 3222-9849

Site

Não tem

Café Marrocos

Águas de Lindóia fica a apenas 180Km de São Paulo e é considerada uma estância hidromineral devido às diversas fontes de água mineral. É uma cidade bem tranquila com um clima gostoso. Ideal para passar um fim de semana e descansar. Infelizmente a cidade não dispõe de muitas opções gastronômicas.

O Café Marrocos é uma das poucas opções interessantes. É um lugar agradável para reunir os amigos devido ao ambiente ser bem descontraído e aconchegante, dispondo de mesas na calçada e um cantinho na parte interna com sofás macios. Para os que não conseguem deixar a internet de lado, o acesso via Wi Fi é gratuito. Existe também um cantinho para as crianças brincarem, loja de decoração e outra de confecção, enfim, é um lugar que se encaixa para todos.

O cardápio tem lanches, salgados, doces, cafés e alguns pratos árabes (existe ainda um curioso pão de queijo no palito, muito bom por sinal). Servem também um buffet de sopas na época do inverno. Pedimos o de sempre que é o beirute de rosbife, recheado com queijo, azeitonas pretas e tomate, acompanhado de batata palha. Ele é diferente dos demais que experimentamos pois o rosbife é de fabricação caseira, com o interior bem úmido e com aquela coloração vermelha de mal passado. Existem muitos lugares onde o rosbife é assado em demasia o que acaba deixando o ressecado e fazendo o sabor se perder. 

Existem alguns cafés diferentes e costumamos pedir o Café Caribe, preparado com café, sorvete de creme, conhaque, farofa crocante e chantilly. O sorvete utilizado é aquele de "máquina", que deixa o sabor mais suave do que os tradicionais.

Se estiverem passando por Águas de Lindóia vale a pena visitar! Outra opção interessante na cidade são as pizzas do Guarany Pizzaria.

Preços

Beirute Rosbife: R$ 9,90

Café Caribe: R$ 6,90

Suco de laranja: R$ 3,00

Refrigerante lata: R$ 2,70

Endereço

Av. das Nações Unidas, 145 – Centro (próximo à praça principal)

Águas de Lindóia – SP

19 3824-6330

Site

Não tem